sexta-feira, agosto 29, 2008

Um desabafo sobre a tarde de 28/08/2008

Em 1999, quando soube que a FURB abriria concurso para contratação de servidores, não tive dúvidas: fiz minha inscrição.

A possibilidade de trabalhar em uma Universidade gerou expectativas, afinal é um ambiente dinâmico, em constante transformação, produtor de conhecimento e democrático.

Estudei muito para passar este concurso. Na época eu não trabalhava e pude dedicar boa parte do meu tempo aos estudos dos conteúdos exigidos na prova. Além disto, estudei todo o estatuto da Universidade, bem como seu organograma. O que quero dizer com isso é que eu queria muito trabalhar aqui.

O dia da prova chegou e algum tempo depois saiu o resultado: eu havia passado. Foi com muito orgulho que ingressei no quadro de servidores da FURB, em 17 de fevereiro de 2000.

Faz oito anos que trabalho na Universidade e não me lembro, durante todo este tempo, de ter sido tratada com tamanho desrespeito. Está certo que meu cargo administrativo requer apenas o nível médio de ensino, mas isso não significa que eu e meus demais colegas sejamos idiotas. Porém, foi desta forma que fomos tratados hoje à tarde.

Com o discurso de "vamos discutir propostas" o CONSAD iniciou. E óbvio que, como das outras vezes, a discussão não ocorreu. Desta vez, quem estava lá pode confirmar algo que sempre se escutou pelos corredores: que o CONSAD não serve para discutir, mas apenas para legitimar e aprovar as decisões da Administração Superior.

Gostaria de destacar dois pontos que chamaram minha atenção:

1º - Entendo que aqueles que possuam cargos de confiança não tenham coragem de ir contra uma proposta da Administração Superior com receio de sofrerem algum tipo de "punição", como por exemplo, perderem seus cargos (e regalias). Entendo, mas isso não quer dizer que eu concorde com essa postura. Particularmente, não acredito que um cargo valha tanto quanto ter a consciência tranqüila por não vender sua opinião. Não entrarei nesta questão porque, além desta discussão tomar grande parte de nosso tempo, cada um tem livre-arbítrio para eleger a conduta que deseja ter perante a vida. Assim, pelo menos as pessoas se mostram como elas verdadeiramente são. Esse é o nosso consolo para não nos deixarmos mais enganar.

O que eu realmente não entendo é a postura da maioria dos Diretores de Centro. Estes servidores ali estão porque foram eleitos pelos servidores e estudantes. Contudo, esqueceram-se de que ali eles deveriam representar aqueles que os elegeram e não os seus interesses particulares ou os da Administração Superior. O cargo que ocupam não é indicado, mas eletivo: por que o medo de ouvir e representar aqueles que os elegeram justamente para isto?

O único que teve esta postura, confirmada pelos servidores do Centro, foi o diretor do Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CCHC, professor Clóvis Reis, que já na reunião do dia 21/08 havia dito que depois de conversar com seus pares, votaria com o SINSEPES porque esta era a decisão deles.

Se algum outro diretor de Centro agiu da mesma forma, não deixou isto claro para aqueles que estavam presentes no CONSAD. O que constatamos foi: excetuando-se o CCHC, todos os outros diretores não têm esta postura - uma vez nos cargos, esquecem-se de quem os colocou lá (será que eles têm coragem de criticar os políticos??). Do que eles têm medo? De cortes no orçamento? Este é o poder de argumentação da Administração Superior?

2º - Como pessoas que chegaram atrasadas, tendo já passado boa parte da reunião, têm direito a voto? Elas não ouviram as propostas, não participaram das discussões (ah, desculpem-me, esqueci-me de que isto não ocorreu): como podem votar? Com base em que argumentos elas tomaram sua decisão?

Enfim, a reunião foi patética e mais uma vez trataram os servidores como palhaços. O resultado? A maioria disse "amém" para a proposta da Administração Superior, passando por cima das propostas de alteração sugeridas pelos servidores.

Infelizmente, hoje tive a certeza de que a FURB não é democrática. Esta idéia que eu tinha logo quando comecei a trabalhar aqui era apenas ilusão de uma jovem e inexperiente servidora!

Depois desta decisão, imagino como todos estão "motivados" para continuar exercendo suas funções. Muito obrigada Administração Superior, por mais esta "injeção" de ânimo!

Deixo para todos pensarmos, duas sugestões:

1ª – Muitos de nós fazemos e damos para a Universidade muito mais do que aquilo que o nosso cargo exige, seja por necessidade (não tem ninguém no setor que faça), seja por percebermos que isso é bom para o andamento da instituição. Se esta é a maneira que FURB encontra para reconhecer nosso trabalho, podemos retribuir da seguinte forma: leiam no Plano de Carreira (Resolução 01/96) a descrição de seus cargos e exerçam, no dia a dia, somente as funções que estão descritas. Qualquer coisa que esteja além daquilo que ali está colocado é desvio de função. Esta será a nossa forma de agradecer ao CONSAD pela "ampliação" de benefícios. Para aqueles que têm o mesmo cargo que eu (Auxiliar de Serviços Administrativos), eis aqui as nossas funções:

"DESCRIÇÃO SUMÁRIA

Recepciona clientes e visitantes da Instituição, procurando identificá-los, averiguando suas pretensões, para prestar-lhes informações, marcar entrevistas, receber recados ou encaminhá-los a pessoas ou setores procurados.

DESCRIÇÃO DETALHADA:

Verifica documentos; procede registros e anotações; efetua serviços de rotina; consulta arquivos e controle existentes; leva e distribui processos; vincula-se ao aprendizado de serviços genéricos da área administrativa da seção que está lotado, sob orientação. Pode operar terminais de computador e/ou outros componentes. Atende o visitante ou cliente, indagando suas pretensões, para informá-la conforme seus pedidos; atende chamadas telefônicas, manipulando telefones internos ou externos de disco ou botão, para prestar informações e anotar recados; registra as visitas e os telefonemas atendidos, anotando dados pessoais ou comerciais do cliente ou visitante, para possibilitar o controle dos atendimentos diários; controla o quadro de chaves dos setores. Desempenha outras atividades afins à sua área de atuação."

2ª – Para aqueles que trabalham em Centros ou com chefias que tenham voto no CONSAD: peçam aos seus diretores/chefes que justifiquem seus votos. Por que votaram contra a proposta dos servidores? Que representatividade é esta? Vocês os colocaram lá e têm o direito de cobrar uma justificativa. E o que é mais importante: nas próximas eleições de Centro lembrem-se disto quando estes mesmos diretores tentarem se reeleger ou quando estiverem apoiando outros candidatos.

Para terminar, gostaria de dizer que foi uma grande decepção ver que as decisões na FURB são tomadas da forma como aconteceram hoje. Sugiro a todos que participem das discussões que acontecerão em virtude das decisões de hoje à tarde. Não seja mais um a dizer ao seu colega: "vai lá e depois me diz o que é que deu (sic)". Dê sua opinião, faça-se presente, manifeste-se. Afinal, quem cala consente.

Carolina Giordano Bergmann

quinta-feira, agosto 28, 2008

Licença Prêmio

Magnífico Reitor Eduardo Deschamps

Como representante da ASEF - Associação dos Servidores da FURB, não poderia deixar de manifestar minha opinião com relação a ressente reunião do CONSAD, a qual tratou nesta tarde da licença prêmio.

A ASEF alicerça-se em promover o bem estar de seu associado, realizando ações sociais, esportivas e culturais, buscando sempre a melhoria da qualidade de vida de seu associado.

Nesta última reunião do CONSAD fomos votos vencidos no que refere-se a manutenção do qüinqüênio, mudar as regras durante o jogo não é justo, desmotiva a todos, esta desmotivação é percebida em diversos eventos realizados como por exemplo a COFAFE, a gincana do servidor, cada vez menos integrantes se disponibilizam. Nossos associados vestem a camisa pela FURB, dão o seu melhor profissionalmente, por outro lado a Administração retira a cada ano um benefício do servidor, gostaria muito que esta pesquisa de clima organizacional fosse realizada nesta semana.

Por fim lhe desejo muito sucesso e que esta Universidade cresça e se desenvolva, mas que não seja a um custo tão alto para o servidor.

Rubens Zunino Pereira
Presidente ASEF
Juntos Somaremos

RES: 13º Salário

Só tenho duas coisas a dizer:

  1. Talvez o Magnífico não se lembre, mas eu não esqueci o dia da eleição da reitoria, quando eu disse que cobraria respeito dos senhores em quem depositei, em voto, minha confiança. Estou extremamente decepcionada e frustrada. Não pela minha situação pessoal que hoje me parece ínfima perto da proporção que tomou o “episódio licença prêmio” na FURB. Tenham certeza que não só em mim, mas em vários servidores, infelizmente, os senhores poderão sentir os efeitos da insatisfação perante o lamentável episódio ocorrido hoje no Auditório Professor Padre Orlando Maria Murphy da Biblioteca Universitária. Hoje é mais difícil para mim abrir um sorriso sincero.

  1. Tenho uma sugestão: mudem esse e-mail para falesozinhocomoreitor@furb.br. Acho que ficaria mais apropriado já que a “discussão” sempre pára na última palavra do reitor mesmo... Talvez isso, mais do que mais uma publicação interna, seja eficiente para melhorar os processos de “comunicação” da Universidade.

Obrigada por me fazerem sentir parte excluída desta instituição.

[]´s

Regiane P. de Souza

Chegou a hora de mostrar sua indignação também!

Se você leu meus e-mails e compartilha das idéias que expus nas últimas semanas, chegou a hora de mostrar para a administração superior, de forma pacífica porém firme, a sua opinião!

Junte-se aos outros servidores indignados com a inflexibilidade dos conselheiros do CONSAD em manter o direito a licença prêmio por qüinqüênio para os técnicos. Nossa proposta não é tirar o direito dos professores! Nós queremos FLEXIBILIZAÇÃO, afinal, servidores todos somos, mas não dá pra esconder o sol com a peneira e continuar com a papagaiada de que docentes e técnicos têm os mesmos anseios.

Não se deixe ludibriar pela notícia da antecipação da primeira parcela do 13º. Lute pelo seu direito AGORA!

Espero você hoje, às 14h30, no auditório da Biblioteca.

Não estamos pedindo o impossível. Só queremos DEMOCRACIA!

Regi

Sobre a Licença Prêmio

Pessoas,

daqui há pouco tem a assembléia do sindicato sobre a questão da licença prêmio.
Resolvi escrever abaixo um pouco do que percebo sobre este assunto e acho que seria importante considerarmos isto e participarmos da discussão.

Adri

Ao analisar a proposta de alteração do dirieto de LICENÇA PRÊMIO a cada 5 anos é preciso esta ciente que esta não pode ser dividida em partes; ou se adquire o direito integral ou não se tem direito nenhum. Não é como férias que se adquire direito proporcional aos dias trabalhados, mesmo que não se complete o período aquisitivo.

É preciso ter muito presente o fato de que com a nova proposta o servidor não terá qualquer direito se aposentar-se, exonerar-se ou tirar licença sem vencimentos com 6, 7, 8, ou 9 anos de efeito exercício. Todos os anos antes de trabalho não contarão absolutamente para nada como Licença Prêmio, caso não integralize o decênio.

Por isto é totalmente descabido o argumento de que não se está retirando direito e sim fazendo a sua acumulação temporal.

Hoje, com 5 anos de efetivo exercício é concedida a Licença, podendo ser usufruída imediatamente após completar este tempo.

Com a mudança, desde o início do período aquisito até 9 anos e 11 meses não se tem direito nenhum. Se vir a completar 10 anos sem nenhuma interrupção no exercício de suas funções, o servidor docente ou administrativo vai poder começar a usufruir, sendo que somente no 12º ano (e não no 7º como é atualmente), poderá estar usufruindo do 3º mês de licença. E, com a nova proposta, somente após 15 anos de exercício o servidor poderá ter usufruído integralmente de sua LP, o que aliás é improvável pois a grande maioria não consegue ser liberada anualmente para 30 dias de LP.

Estabelecer como moeda de troca para negociação da perda do direito, o estabelecimento do período sabático à critério da administração superior é reduzir a liberdade do exercício de tal direito e criar tumulto ao invés de solução. As possibilidades de docentes e as possibilidades de administrativos são diferentes nesta questão.

A condição e a concessão para usufruir desse período para os técnicos administrativos é tão improvável quanto incerta. Mesmo que houvesse a melhor das intenções ao se fazer esta “concessão” a boa parte dos cumprirem o decênio, dias perguntas indicam a improbabilidade de que se oportunizaria isto aos quase .... técnicos administrativos:

- Que tipo de qualificação poderia argumentar como válida, necessária ou interressante, na perspectiva da reitoria, que pudesse ser feita durante 6 meses e em lugar distante de Blumenau?

Talvez a única opção seria um intensivo de inglês, se:
a) houver concordância da reitoria;
b) se ele já tiver uma boa base da língua;
c) se não tiver filhos em idade escolar, marido ou mulher que possam ficar aqui ou ir junto por conta própria, ou nenhum outro compromisso que o impossibilite de se afastar da cidade;
d) por fim, que os seus 800,00 ou 1.000,00 de salário mensal sejam suficientes para conseguir comprar as passagens e encontrar quem arque com suas despesas no exterior.

Vê-se assim, que o próprio projeto de internacionalização (isto é, cursar inglês na FURB) já está sendo bem difícil de conseguir absorver os interessados, pois não houver sequer horário compatível com as atividades dos setores ) não obteve o número esperado de participantes, imagine o período sabático!

- Que chefe de unidade está em condições de liberar 1 ou mais servidores de seu setor para uma saída de 6 meses?

Os técnicos administrativos ingressam na FURB através de concurso público simultâneo para todos os cargos e setores, fazendo com que o direito à Licença Prêmio vença praticamente no mesmo ano para todos. Por exemplo, os concursos de 1995, 1999 e 2004 (casualmente com o intervalo de tempo de 5 anos), faz com que coincidam os períodos aquisitivos das suas licenças prêmios.

Esta constatação reforça a certeza de que, independentemente das intenções é inviável na prática a conceção dos 180 dias consecutivos para os técnicos administrativos, pois se o fosse impactaria diretamente nas atividades administrativas da Universidade.Como sustentar então a afirmativa de que com isto se pretende fidelizar o servidor?

Quanto ao fato da Prefeitura Municipal ter alterado seu estatuto neste sentido, não há obrigatoriedade da FURB fazer o mesmo, pois ela tem autonomia para manter da forma como está em vigência hoje.

Quanto ao argumento de que assim afeta financeiramente a FURB, esti não está claro, pois vê-se que o fato dos servidores usufruírem da licença não implica em aumento dos encargos trabalhistas, nem custos com substituição dos mesmos nestes perídos. Aliás, muito frequentemente não há sequer afastamento anual de 30 dias, pois é comum usufruir aos poucos, fragmentando em 10 ou 15 dias de cada vez.

Quanto à proposta de poder usufruir nos meses que antecedem a aposentadoria ou receber em dinheiro, isto já está sendo garantido ações judicias. Constar na proposta não é ganho e sim apenas regulamentar o entendimento da justiça.

Parece que a principal preocupação da administração superior está sendo com as situações de servidores que podem, justamente, exonerar-se da instituição após 5 anos e exigir o pagamento do equivalente à licença não usufruída. Os pedidos de exoneração tem sido constantes, não apenas pelo grande número de concursos existentes, mas pela insatisfação dos servidores com a instituição. Independentemente das causas, a medida visa adiar uma conseqüência inevitável e, portanto, é ineficaz. Desta forma, está se tentando resolver uma situação específica e pontual, aplicando-se á totalidades dos servidores uma regra que trás conseqüências graves e explícita redução de direitos.

Adriana De Carli Deggerone

sexta-feira, agosto 22, 2008

Respeito é bom! Mas acho que eles não gostam...

Quem foi à reunião do CONSAD hoje pôde assistir a uma bela demonstração da democracia tão anunciada nos discursos de campanha da atual administração da Universidade. Me deu até pena dos servidores que nunca tinham assistido a uma sessão de Conselho na FURB, que segundo o nosso Magnífico Reitor, é o espaço de discussão das questões que afligem a comunidade acadêmica. Detalhe que a reunião começou com um classudo “cala-boca” do Magnífico Reitor para os “convidados” que foram assistir as “discussões”. E como já havia relatado no meu primeiro desabafo, quem está sentadinho lá naquelas poderosas cadeiras, meus caros? Representantes da comunidade acadêmica que, apesar de a maioria serem eleitos por seus pares e discentes, sabemos muito bem, não podem se indispor politicamente com a cúpula porque as conseqüências seriam líquidas e certamente desagradáveis. Então, que “discussão” é essa? Não seria melhor usar a palavra discurso? O Magnífico Reitor falou (eu ouvi) que não chegou a uma proposta comum com o sindicato porque o lugar de discutir era o CONSAD. Ora, desde que o CONSAD é conselho todos sabemos como funcionam as votações: com uma proposta acordada sendo apresentada, votada e aprovada quase sempre com ampla maioria da administração superior. Então é pra brincar de engana?!

Durante sua “discursão” pude ouvir algumas possíveis justificativas para a insistência em passar o período aquisitivo da licença-prêmio de 5 para 10 anos, resguardando-se a proporcionalidade do benefício, se a reitoria autorizar (ah, mas é só o chamado período sabático que eles podem “gerir”, tá? se tirar os 30 dias pode ir lá pro interior do RS curtir a vida no campo...). Uma delas é a questão da fidelização dos servidores técnico-administrativos. Segundo o Prof. Eduardo, uma verificação foi realizada e concluiu-se que o tempo médio de permanência dessa categoria de servidores na FURB é de 7 anos, portanto o prêmio seria dado se ele “aturasse” a FURB por 10 anos! Percebam como eles mesmos se contradizem. Se é necessário que este prêmio seja dado para “segurar” o servidor técnico na instituição é bom nem pensar como andam as outras condições e incentivos de trabalho.Agora uma outra questão que agora muito pessoalmente me aflige: e quem está completando 10 anos daqui a 10 dias, que portanto, já está “doméstico-fidelizado”? Qual a justificativa para não manter o qüinqüênio para esses servidores? Ah, aí entra um tal de “passivo”. Não! Não é você caro (a) colega servidor, apesar de às vezes se mostrar dessa forma. O passivo de que falaram os conselheiros Prof. Edésio, Profª. Élide e Prof. Eduardo é tipo, um gasto, que se tem quando as servidoras pegam mais licença-maternidade. E esse rombo precisa ser fechado de alguma forma, né? Ou seja, dá de um lado e arranca de outro! Daí diria o Magnífico Reitor que a proposta do Sindicato – que pessoalmente também considero estar com representantes que não estão à altura do que considero ideal e isso já disse muitas vezes abertamente – é mais restritiva do que a proposta original de mudança do Estatuto. Oras! O que nós, servidores, decidimos em Assembléia foi: flexibilização sim seria deixar que o(a) servidor(a) optasse entre o qüinqüênio e o decênio, podendo-se fruir continuamente somente quando o período acumulado somar 180 dias, para então conceder o tão desejado período sabático aos nobres professores. Diz o Prof. Eduardo que se você já teve direito a seus 90 dias, após já ter completado 5 anos de serviços, fique tranqüilo, você poderá gozar de seu direito adquirido! Ufa! Ele falou alguma coisa de tirar 120 dias, proporcional sob análise da Reitoria caso o servidor solicite, mas acho que isso foi algum tipo de equívoco (nem todos têm direito a essas coisas...) porque acabei de reler atentamente a minuta e não li nada nesse sentido.

Por fim, para terminar esse relato (desculpem, não tão breve) devo comunicar que o representante da APROF novamente pediu vistas do processo (já que ele não foi apresentado para votação em regime de urgência como tanto desejava o conselheiro Prof. Saul que logo se apressou em expressar-se da sua forma característica). A votação final deve ser realizada após a próxima ou a semana seguinte. E o Magnífico Reitor não gostou muito do pedido, até perguntou como um conhecido apresentador de TV “Você tem certeza disso?”, mas não teve jeito. A votação foi adiada e depois de um esfrega geral na representante do SINSEPES, encerrou a matéria. Se ela teve direito de resposta?! Imagina! Isso é total falta de respeito!

quarta-feira, agosto 20, 2008

Tudo bem... É só um direito a menos mesmo...

Quando vou a uma Assembléia esvaziada como a de hoje de manhã, promovida pelo SINSEPES para discutir a próxima reunião do CONSAD onde serão votadas uma série de medidas referentes à licença prêmio, realmente fico me perguntando o que levou embora a consciência da maioria dos servidores da FURB.

Não por não concordar com a radical medida da Reitoria no que diz respeito à redação da Minuta da Resolução que provavelmente você não leu. Mas por não querer discutir, por dar tanta importância ao seu futuro que “esquece” de momentos assim de discussão quando ouvir e se colocar é fundamental para mudar a realidade. Então, lá diz que você terá direito aos 180 dias de licença prêmio após 10 anos para capacitação e se a reitoria aprovar. Ou seja, se você quiser ir visitar seu parente que mora lá no interior do Rio Grande do Sul e ficar lá curtindo uma vida no campo, não pode! Todos sabemos que as realidades de professores e técnicos são diferentes. Por que não separar essas duas realidades nos documentos da Universidade? Para economizar! Hum... Sei...

No ano passado (logo ali atrás) vimos uma demonstração de força nesta Universidade. Não força do sindicato ou dos servidores que pararam numa greve histórica, mas principalmente força do exercício da cidadania, do despertar, do acreditar no poder de alcançar o que se quer. Mas como alguém disse numa das Assembléias, talvez a movimentação tenha sido tamanha porque o corte era maior. À conta gotas talvez seja mais difícil de perceber que os direitos estão se esvaindo.

Você não se importa em ter direito a gozar de sua licença prêmio a cada dez anos afastando-se 180 dias para capacitação se a Reitoria deixar? Tudo bem. Vá lá na Assembléia e coloque sua posição. Se você não expuser o que pensa, a maioria vai ser sempre contrária a você. Mas se você não concorda, bote a boca no trombone também! Gente! O que não dá é pra ficar com medo de sair do seu casulo de trabalho porque o chefe vai brigar ou pior, porque você não se importa com a SUA vida!

Eu só estou escrevendo porque eu me importo com a minha vida e ficaria muito feliz se você se preocupasse com a sua, se você acreditasse que as mudanças não podem acontecer assim, na cacetada, de cima pra baixo, sem discussão, sem argumentação, sem acordo.

Tá rolando uma enquete no site da ASEF: www.asef.org.br. Pelo menos dê um pulinho lá e participe!

Dia 21, quinta-feira, às 14h30, no auditório da Biblioteca Universitária, acontece a plenária do CONSAD e é sua última chance: vá lá, acompanhe as discussões, importe-se com sua vida, mostre que ainda está vivo e atento!

Esse e-mail é a prova de que eu ainda estou.

Um abraço,

Regi

sexta-feira, agosto 15, 2008

Carta ao Magnífico Reitor

No próximo dia 1º de setembro completo 10 anos como servidora técnico-administrativa nesta instituição.

Estou aguardando ansiosamente por esta data, já que pelo que consta no Estatuto da FURB, recebo o benefício de 90 dias da licença prêmio.

Estava até planejando uma viagem aos Estados Unidos para aprimorar meus conhecimentos em língua inglesa, usando parte do benefício.

Até ontem, quando me deparei (novamente acompanhado do “efeito surpresa”) com um e-mail vindo da Administração Superior dizendo que está aprovando uma mudança no estatuto com a qual eu teria que esperar mais 5 anos para receber esse já tão esperado benefício.

Ora, Magnífico Reitor, nada aconteceu além de eu desabar! Exagero?! Talvez. Mas será que diante da minha “carreira” profissional eu poderia ter outra reação?

Estou, como já citei, há 10 anos trabalhando como servidora concursada na FURB, fora os 2 anos como bolsista em períodos anteriores.

Durante este tempo cursei a graduação em Moda e estou me capacitando em língua inglesa com a ajuda da Administração Superior. Assim que me formei, solicitei diretamente ao reitor, que utilizasse minha capacidade desenvolvida no curso porque eu queria de alguma forma devolver à Universidade o benefício recebido em forma de desconto nas mensalidades. Recebi como resposta: não há vaga disponível para sua colocação em função compatível no momento. Não, Magnífico Prof. Eu não pedi um cargo de estilista. Eu só queria poder ajudar o Curso de Moda a melhorar ainda mais com minha colaboração. Enfim...

Depois de 5 anos trabalhando na Pró-Reitoria de Extensão imprimindo certificados, função extremamente desafiadora e instigante, recebi da Profª. Lúcia Sevegnani, Pró-Reitora na época, a chance de organizar o BRIQUE FURB. Logo em seguida ao sucesso das duas primeiras edições realizadas, foi aprovada resolução que proibia servidores técnico-administrativos de coordenar atividades de extensão, tais como o BRIQUE. Justificativa: falta de capacidade da grande maioria. Segundo minha chefia, eu era uma exceção à regra. Neguei-me a coordenar as outras edições, obviamente, a fim de não desrespeitar a legislação interna aprovada.

Depois dessa decepção, continuei ainda por um tempo imprimindo certificados (utilizando os recursos de mala direta do Microsoft Word!) por uns dois anos até surgir uma vaga na recepção do NI que agora é DTI. No começo foi interessante porque afinal tratava-se de tecnologia que é um assunto que me atrai, havia alguns arquivos a organizar e metodologias a implantar. Estou aqui até hoje, abrindo a porta (automática), atendendo ligações, fazendo alguns memorando e pedidos de material nos sistemas, além de organizar a agenda do Prof. Fábio Luiz Perez. Dia-a-dia, como podem perceber, que continua sendo super estimulante e criativo, bem de acordo com minhas capacidades e competências que a Universidade ajudou a formar. Solicitei uma bolsa junto à FFM para então cursar pós-graduação em Moda para quem sabe num futuro próximo exercer a função de docente nesta Universidade. O valor da bolsa oferecida? 10% de desconto. Estupendo, não é?! Infelizmente não consigo honrar com um valor como este porque no momento faço terapia para manter minha saúde mental o mais íntegra possível, visto meu dia-a-dia como já disse, tão estimulante.

Então poderiam me dizer: “você está reclamando por um emprego sem grande esforço com um salário ótimo e isto é loucura!” Será?! Talvez para os acomodados que acreditam que as pessoas devem se conformar e resignar-se com as imposições das crises do sistema. Será que os servidores da FURB são essas pessoas?! Será que merecemos ser tratados desta forma? Sem que nossos planos, aspirações e opiniões sejam levadas em consideração no processo “administrativo” da instituição?!

O que eu ouço então pelos meus colegas professores pelos corredores: se não está satisfeito, saia, vá em busca de novos horizontes, novas realizações!

E jogar no lixo a contribuição de 10 anos, ao Fundo Previdenciário sem direito a nenhum ressarcimento?! Sem receber NADA em troca além de todo conhecimento
(que não tem preço, eu sei) recebido nesse tempo? Para mim, conhecimento é fundamental, mas pelo jeito, a saúde financeira, para a administração superior é muito mais! Mais do que a preocupação com uma administração competente preocupada realmente com as pessoas, suas necessidades e competências de forma moderna, ágil e eficiente. Andem pelos corredores e dêem uma olhadinha na carinha animada das pessoas desta Universidade! Talvez encontrem alguns alunos felizes porque o professor, de novo (êba!), soltou a turma mais cedo porque tinha que buscar o filho na escola, já que a esposa está fazendo progressiva no salão mais badalado da “city”.

E se a medida da alteração do Estatuto é para beneficiar os professores, sempre tão mais sábios, criativos e competentes, que se abra um parágrafo no Estatuto que os beneficie diretamente, como já é feito em tantos outros documentos da Universidade, aprovados nos Conselhos Superiores, formados em sua maioria, é claro, por professores! E deixem que nós, os incapazes servidores técnico-administrativos, usufruam suas licenças com suas atividades como sempre. Ou pelo menos lhe dêem oportunidade de NÓS escolhermos o que é melhor.

Esse é meu desabafo e minha sugestão, Magnífico Reitor.